A vida trata de nos colocar em cada trajeto que fazemos algumas pessoas novas e poucas são as que irão caminhar connosco ao longo do enorme e conturbado percurso que é viver.
Nem todos temos o privilégio de conhecer pessoas que nos iluminem a estrada nos tempos mais frios, sombrios e desumanos, nos tempos em que mais precisamos. Nem todos temos a oportunidade de estar frente a frente com quem mais nos irá ensinar sobre a vida, sobre as pessoas. Nem todos teremos pessoas-luz nas nossas vidas. A maioria poderá aperceber-se das existências das mesmas, quando as suas presenças deixarem de ser constantes e esses instantes de luz facilmente se tornarão numa memória presente do que não soubemos aproveitar e do que ainda temos a aprender.
As pessoas que mais nos ensinam, que mais nos enfrentam de frente são as melhores que iremos encontrar. Ser amigo não é dizer o que o outro quer ouvir, mas sim o que necessita de ouvir para agir e decidir.
Ser presente é mais do que estar no mesmo lugar com alguém, é estar lá mesmo com a distância e o dia a dia atarefado, estar lá quando tudo der certo e quando tudo der errado, quando mais precisamos e quando não precisamos. Estar presente é estar sempre aberto, sem horário fixo de atendimento, sem horas para ouvir e aconselhar. Estar presente de corpo e alma é mais do que um simples abraço e um simples conselho. Porque quando queremos verdadeiramente ajudar alguém e sermos o seu abrigo, somos sem esforço, com toda a vontade do mundo. E são essas pessoas, pequenos seres de luz, que devagarinho nos vão iluminando e fazendo ver que há mais a ver, que vale a pena levantar após cada queda, que na próxima esquina vai ser melhor, que a vida vale a pena ser vivida, que devemos viver em dobro.
São poucos os que têm abrigos. Nós próprios podemos ser o abrigo de alguém, podemos ser a chave da mudança para quem necessite de nós, podemos ser a luz no final do túnel, o ombro amigo para todas as horas.
Somos todos pessoas-luz se assim o quisermos, se tivermos os valores certos e se soubermos dar o nosso melhor em todas as situações, a todas as pessoas. Não só para as nossas pessoas, mas também para todas as outras. As nossas atitudes definem-nos e são elas que designam se somos ou não o abrigo de alguém, o ponto de viragem para quem está sem saber onde é a saída. Talvez, um dia, possamos todos ser iluminados por nós próprios também. Talvez, possamos ser o chão de alguém. Até lá, resta-nos brilhar e dar o nosso melhor em cada instância.
2 Comentários
Quando fazemos as coisas de coração, acabamos sempre por guiar alguém, ser colo e um pedaço de esperança. E isso é fantástico, porque estamos a garantir que os nossos não ficam desprotegidos. Para que tal seja possível, temos, claro, que começar connosco.
Mais uma excelente reflexão, minha querida *-*
Obviamente que sim. Temos sempre que começar por nós mesmos e depois pelos outros.
Oh, muito obrigada ❤️