Existem lugares que nos fazem ceder pelas emoções que sentimos ao estarmos neles. Situada na Lagoa das Furnas, a Capela da Nossa Senhora das Vitórias, conhecida por muitos como Ermida Gótica, é um monumento espantosamente misterioso. Impõe respeito e um certo tremor ao passar pela entrada da Capela, durante a caminhada pela Lagoa.
Após obter o bilhete para a entrada na Mata/Jardim José do Canto, somos deslumbrados pela beleza que este transborda. Existem trilhos diferentes no mesmo jardim, sendo que nesta primeira visita, optei por desvendar o mistério por trás de um monumento tão estrondoso e deliciei-me com o que vi. Dentro da Capela temos a possibilidade de visualizar os vitrais coloridos de imagens como A Sagrada Família, que são de cortar a respiração. O ambiente é ligeiramente pesado dentro da Capela e dá a impressão de que algo aconteceu por ali – ou então, são somente os efeitos dos mitos que tanto rodeiam a Ermida Gótica, devido à lenda da Lagoa das Furnas.
A Capela foi construída por José do Canto, ainda em vida, com estilo neo-gótico, imitando as grandes catedrais europeias. Reza a história de que a mesma foi construída em consequência de um voto devido a uma doença grave da sua esposa.
“Tendo feito, durante a maior gravidade da moléstia de minha esposa, em 1854, o voto de edificar uma pequena capela da invocação de Nossa Senhora das Vitórias, e não havendo realizado ainda o meu propósito por circunstâncias alheias à minha vontade, ordeno que se faça a dita edificação, no caso que ao tempo da minha morte não esteja feita, no sítio que havia escolhido, junto da Lagoa das Furnas, com aquela decência, e boa disposição em que eu, se vivo fora, a teria edificado.”
A imagem do altar-mor é feita de jaspe e os vitrais que se encontram na capela evocam passos da vida de Nossa Senhora desde o Nascimento à Assumpção. Acrescente-se que a Ermida de Nossa Senhora das Vitórias foi construída nas imediações da casa de veraneio de José do Canto, e é nela que se encontra sepultado com sua esposa.
Seguimos pelo trilho que nos iria levar de encontro ao Salto do Rosal, uma cascata no interior da/o bela/o Mata/Jardim José do Canto. Após 1h30 de caminhada, encontrando uma casa abandonada e destruída pelo caminho, num trilho de média dificuldade, chegamos à tão aclamada cascata de água fresca.
Dos vários passeios e trilhos que até então tive a oportunidade de fazer, este foi o meu favorito. Este lugar conquistou-me pela sua beleza e pelo seu mistério. A cada pedacinho podemos fascinar-nos com histórias diferentes, expandindo dessa forma a nossa imaginação. Entra na minha lista de lugares especiais, onde sempre irei querer voltar.
As histórias que vivemos em cada lugar, são sempre únicas, jamais repetidas, mas a cada visita temos sempre o poder de ver algo diferente e de viver a experiência de maneira diferente e isso é sem dúvida, o que torna um lugar mágico e especial.
2 Comentários
Estou encantada *-*
Quem me dera atravessar as fotografias e aterrar nesse lugar mágico!
Era bom ahah. É mesmo lindo!