O amor está em todos os fogos que nos incendiam por dentro.

Irá sempre haver alguém para te enternecer, sem te desinibir, pois fogo não se consegue extinguir com simples palavras.

Ora te irrita ora te fascina, excita-te, extasia-te. Sem nem sair do lugar, no profundo mar de um olhar; nos braços grandes e fortes, onde encontras um lar; um sítio onde já moravas sem te aperceberes. Finalmente encontras paz, num lugar autêntico, que é um corpo musculado, pois casa é onde somos felizes e ao teu lado, encontro poderes para desinflamar.

Nesta forma de magnetizar, tantas foram as coisas que perdemos, até nos encontrarmos, neste recanto de beleza. O vento, tantas vezes, nos arrebatou com a sua força; o mar nos fez companhia; a alegria virou uma insónia constante, de não poder estar presente, onde não se é bem vindo.

Neste mundo virado do avesso, em que nos chocamos e em que tantas vezes, nos deixamos arrebatar por ilusões controversas, chegamos a um lugar onde somos bem vindos.

A vida assemelha-se tanto com uma montanha, em que as emoções nos levam ao rubro, deixando-nos inconscientes e sedentos de felicidade e de preenchimento. Será que merecemos, tamanho reconhecimento?

Só que, no fundo, temos a irrefutável certeza, de que irá sempre haver alguém para nos amar, para nos tirar dos conformes do nosso ser e elevar-nos, até não sabermos mais, o que é estar com os pés no chão.

No fundo, o que mais desejamos é alguém que nos tire do chão, do caos, da insanidade que é viver em plena sociedade, que nos arrebate com os seus pontos de vista excêntricos e nos mostre, a forma mais estimulante de vivermos em totalidade, o amor escaldante. Este amor que ferve, dói, se faz presente e nos encanta, com todos os seus “se’s” e perigos.

Deixa-te perder, no teu ponto de encontro, onde a viagem só termina, quando assim quiseres. Enquanto houver vontade e linhas para percorrer, deixa-te inflamar por esta chama constante, que só irá desvanecer, se assim o quiseres e quando o permitires.

O amor está em todos os fogos que nos incendiam por dentro. O amor consegue deixar em brasa, tudo o que achávamos estar em cinzas há muito tempo, pois nunca deixamos de saber amar, não obstante o tempo em suspenso que possamos ter tido. Este sentimento, que nos arde e que nos aniquila, não se desaprende, nem desaparece eternamente. Ele volta, com mais força, para relembrar o que podemos viver, tendo o coração cheio. Não só de corações vazios se fazem as pessoas.