“somos incentivados a acreditar que é sempre possível conquistar uma versão melhor de si mesmo, o que significa, portanto, que nunca ninguém, será bom o suficiente, afinal, não podemos parar nunca.”
Estamos em constante guerra com o nosso corpo e mente, levando-os ao rubro da exaustão de não serem perfeitos em nenhuma medida. Todas as medidas e simetrias, nos parecem descabidas e insuficientes para um corpo cujo necessita de ser perfeito para ter aprovação. De quem?
Abrimos túneis difíceis, percorremos estradas inseguras, nesta que seria a jornada de ser a nossa melhor versão. Em simultâneo, deparamo-nos com as falhas, a exaustão, a tristeza e a falta de motivação.
Até quando, iremos sacrificar a nossa mente, em prol de um corpo enquadrado em moldes que não existem? Até quando iremos sujeitar-nos a dietas rigorosas e pensamentos de mudança, quando tudo o que nos foi dado, é mais do que suficiente? Quantas mudanças terão de ser feitas, para que cheguemos ao ponto de não nos reconhecermos no espelho, de perdemos toda a nossa autenticidade? Até quando nos iremos sujeitar a este martírio?
O mundo definiu moldes de corpo e todos correram para se igualar aos mesmos. A sociedade decidiu que uma mente ideal é uma mente prevenida de pensamentos positivos, meditação, ponderamento, evolução e calma, e todos nós corremos para termos a mente perfeita. Todos nós, inconscientemente, atravessamos as piores situações, para termos aspectos iguais. Ser idêntico, não é ser especial. Ser idêntico, não é imperativo de ser saudável. Ser magro não é sinónimo de beleza. Enquadrar-se nos padrões de beleza, não é sinónimo de ser feliz. Ser feio não é sinónimo de ser doente. Doentes somos nós, por queremos mudar a nossa essência, o que mais de especial temos. Ser igual é não ter sal, não ter conteúdo. Ao pertencermos no molde de perfeição e de beleza que a sociedade elegeu, perdemos tudo. A única coisa que nos faz especiais é a certeza de que somos todos diferentes, únicos.
A busca pela beleza — que sempre tivemos —, coloca a nossa saúde e vida em perigo. Nesta jornada de se auto-inflingir dor, em busca de uma perfeição irreal, há que ter a plena noção, de que muitos pedaços nossos ficarão para trás e que, voltar ao inicio, será duro.
Encontrem o equilíbrio entre serem vocês mesmos e certos aspectos que podem melhorar. Se não se sentirem bem com algum aspecto vosso, que vos desagrade, mudem por vocês. Mudem, com a certeza de que irão sempre reconhecer a pessoa refletida no espelho, com a mesma dignidade e autenticidade. Porque, senão, não vale o vosso esforço. Ninguém vos fará desistir de mudanças necessárias, de pequenos detalhes, só que, alertarão para as modificações que poderão exigir que se rasguem e atropelem.
Por muito tempo, ambicionei o corpo perfeito, arrastando o meu, pelos enormes sacrifícios de pertencer a uma mente doente.
Quando encontrarmos o equilíbrio e a beleza de sermos únicos, saberemos que, não obstante o aspecto, seremos sempre felizes, pois continuamos fiéis a nós mesmos, preservando o que o universo nos ofereceu. Quando perdemos a autenticidade, perdemos tudo. Deixamos de ser únicos, para sermos cópias.
Num mundo, que corre sem parar, em descobrimento do corpo perfeito e da mente ideal, sê tu mesmo e ama-te. Estou bem, tenho saúde, sou feliz, sou grata. Memorizem e repitam, as vezes que quiserem, por dia, para que saibam que são importantes, inteligentes, autênticos, únicos e felizardos por serem quem são. O resto que se lixe!
6 Comentários
Um texto que realmente nos faz lembrar das coisas que são realmente Importantes! <3
http://www.pimentamaisdoce.blogspot.com
Precisamente.
Vendem-nos a ideia de um corpo ideal e, se calhar por mais tempo do que seria desejo, nós acreditamos que essa é a verdade absoluta; que é a imagem que temos de alcançar. mas é como tu mencionas, temos de encontrar um EQUILÍBRIO. Temos de perceber fazer essa descoberta por nós e, sobretudo, não descurar o amor próprio. Porque não temos de nos definir pelo número que vestimos
Precisamente. É pena que a sociedade nos venda essa ilusão de “corpo perfeito”, pois corpo perfeito é aquele que tem alguém que o ama dentro e que é feliz. Não existem medidas perfeitas, nem devemos definir ninguém pelo seu peso. São apenas medidas. Nada mais.
Somos terríveis connosco, não é? Procuramos o corpo perfeito e esquecemo-nos que o mais importante será sempre a nossa saúde e o nosso bem estar. Quantas vezes sofremos e chorámos em frente ao espelho porque nos achamos um verdadeiro “bicho”? A realidade e como tu tão bem referes é que somos bem mais que um corpo, somos um conjunto de coisas que nos fazer ser únicos e isso devia bastar. É normal que hajam dias maus, dias em que nos sentimos menos bonitas, mas não deixemos que isso nos faça perder a autenticidade e o caminho <3
Somos muito maus, quando o assunto se aplica a nós e ao nosso corpo. E sim, existem dias melhores do que os outros. Só temos de mentalizar-nos de que somos bonitas como somos e que não podemos mudar e pelo caminho perder a nossa autenticidade. Beijinho ✨