Perco-me nas entrelinhas confusas do labirinto que sou. Perco-me, tentando encontrar-me. Tantas são as ocasiões, em que não encontro rumo e que não sei a que sítio pertenço.
Tantos são os rascunhos que tenho por completar, pois já não sou a pessoa que os escreveu. Existem pedaços meus, que ninguém conhece e que teimo em esquecer. Há tanto por escrever e, se num momento, sei tudo o que pretendo abordar, no segundo seguinte, já mudei de ideias e sou uma pessoa totalmente diferente, de visão mudada e de perspetiva desigual.
Ainda existe em mim, todas as fragilidades que teimo em esconder. Ainda está em mim, aquela miúda risonha, que olhava o mundo, com a esperança e o coração nas mãos; que não via maldade em nenhum olhar ou expressão; continua a existir a vontade de me superar e de ser feliz.
Ninguém perde a sua infância. Haverão momentos, levados pelo esquecimento do tempo, em que se tornarão turvos, até deixarem de se revelar por completo, só que, a criança que fomos continuará sempre dentro dos nossos corações, relembrando-nos de tudo o que ansiávamos quando ainda pertencíamos ao mundo dos pequeninos. Esqueço-me, por tantas linhas em que me cruzo, de pensar se era isto, que a miúda que fui, queria para a sua vida ou se falhei miseravelmente, nesta arte de viver e de ser feliz.
Tinha todos os sonhos do mundo, perdi-os, encontrei-os, descobri-os e mudei-os. Ao mudarmos, as rotas mudam, os sonhos divagam e se alteram. A miúda que fui, não queria ser a mulher que, atualmente, sou. Hoje, sei que não sou quem esperei ser. Falhei, redondamente, com a criança que fui. Só que, hoje, também é um bom dia para correr atrás do prejuízo e de enfrentar os demónios que conquistei, os muros que construí. A partir de agora, irei dar tudo por tudo, para fazer feliz a criança que um dia fui, pois as convicções continuam a ser as mesmas, quando há muito desisti de mim e delas. Se é tempo de lutar, pelo que deixei de correr.
Os nossos sonhos não deixam de ser nossos. Só que eles não correm atrás de nós. Eles não tiram ticket e esperam pela sua vez. Eles adormecem, deixam-se estar confortáveis, esperando por viver. A tarefa de os fazer tornar reais é unicamente nossa.
A minha criança não queria estar presa num labirinto, sem rotas, sem destino e sem motivações. A minha criança tinha objetivos; queria ser feliz, desse por onde desse; queria ser confiante; queria conquistar o amor próprio e o mundo; queria ouvir o mar, semanalmente; queria cobrir o corpo e a alma de sal e de sol; queria ser quem ela sempre sonhou: ela própria, sem medos, sem receios.
Falhei comigo. Não falharei à segunda vez. Prometo-te, Carolina, que a partir daqui, iremos escalar forte e feio, seremos a nossa maior adversária e iremos vencer! Por ti, por mim e por nós.
Agora, começo a viver e a lutar pelo que sempre quis(emos), mas que há muito tinha(mos) perdido. Até agora, fomos apenas um rascunho, do que queremos ser. O futuro começa no presente e o presente é este. Sejamos felizes! É tempo de lutar!
4 Comentários
carolina 💙
gostei muito do que escreveste. não sabes como me identifico com o que aqui leio. ou se calhar até sabes! não te conheço, mas a ideia que tenho de ti parece-me muito fiel a quem realmente és.
sê sempre a tua melhor versão, porque a carolina do futuro precisa e a carolina do passado merece!
um xi coração 🤗
É sempre. Não consigo transparecer ser de outra forma, do que este caos constante 😂. Tem as suas coisas boas. Acho que é o melhor que tiro de tudo isto de ser eu mesma.
Agora disseste tudo. A Carolina merece mesmo. É uma oportunidade valiosa e não vou desperdiçá-la.
Beijinho grande e muito, muito obrigada por este miminho! 🤍
Cada um destes passos faz parte do nosso crescimento. É o que nos torna mais conscientes e focados, porque nos ajuda a descobrir quem somos e o caminho que pretendemos seguir
Não diria melhor. Há que ter forças para lá chegarmos.