Permanece tudo errado. Nem parece que estamos tentando. Os dias correm sempre do mesmo jeito e chegamos ao fim do dia com fogo no peito. Tudo arde e deixamos que se exploda. Vivemos procurando por cura, quando acalentamos a dor.
Desvalorizamos o quão desgastante pode ser no coração humano. Fingimos que não nos incomoda, quando somos devorados por dentro. Não tentamos entender a causa da dor, para poder, por fim, curá-la. Somos impacientes e nem temos paciência para nos auto-ajudar.
Parece que gostamos de guardar dor. Faz parte do nosso dia a dia, do nosso ser senti-la e deixamos que assim fique. Já estamos habituados. Já que sim, então que fique.
A cura é voluntária. Só acontece quando quisermos procurá-la, se lutarmos por ela. Temos de estar dispostos ao tratamento que a envolve, a passar pelas inúmeras dificuldades e a não desistir.
São várias tentativas até curar. É necessário, muitas vezes, reconstruir-se, mudar, reinventar-se. Para isso é preciso estar disposto a arregaçar mangas e lutar como nunca, porque só podemos lutar por nós mesmos. Ninguém o fará. E se não agora, quando?
6 Comentários
«Fingimos que não nos incomoda»: acho que é este o nosso principal problema, porque tentamos ocultar aquilo que realmente sentimos, como se fosse o mecanismo de defesa mais indicado, mas a verdade é que isso só adia o inevitável. E, depois, acaba por trazer consequências mais duras
Inevitavelmente, é o que sempre acontece. ?
O teu texto descreveu exatamente os tempos difíceis por que estamos a atravessar! Melhor escrito não poderia ser! A tua publicação deveria ser lida por todos!
Obrigada, Carolina <3
Muito obrigada querida! Este feedback fez o meu dia! ✨❤️
O comodismo, principalmente nos dias que correm, é um grande inimigo..!
Oh se o é.