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by Carolina
18.01.2020
pessoal

18.01.2020

21 Janeiro, 2020

Já há muito tempo que não visitava o mar com tanta frequência. Voltei hoje, para uma segunda visita neste abalado fim de semana e já não me sentia em paz há demasiado tempo para poder expressar minimamente o que sinto. Há algo que mudou. Não sei bem o quê ainda, mas sei que houve mudança. Talvez a culpa seja dele ou somente do arrastar do mar, que tudo leva para algum lugar.

Gosto principalmente do silêncio barulhento do mar. Parece que aquele som, ainda que repetitivo, das ondas a bater nas pedras é algo normal, algo que facilmente viveríamos todos os dias, sem cansar e nos acalma. Liberta-nos do que nos apoquenta e arrasta consigo esses males, esses pensamentos ruins e incomodativos. Faz-nos refletir, enquanto de olhos fechados ficamos, apreciando o seu barulho apaziguador.

Há silêncios insuportáveis. Daqueles que nos cortam antes das palavras não ditas fazerem sentido. Antes sequer da sentença ser proferida. Há silêncios que rasgam e doem. Este não. Este silêncio cura tudo. Este mar, por entre os nossos pés, cura tudo, leva tudo. Mas traz também. Traz algo que pode corroer-nos até o resolvermos. Traz o que mais temos medo, as decisões que há muito adiamos, as verdades que desejamos não ouvir e sobretudo traz-nos soluções e alguma paz. Mas também leva o sofrimento, as palavras sufocadas, os gritos silenciosos que trazemos e tudo o que nos pesa.

“Aqui dentro ninguém sofre.” — Holly Ringland.

Só que no momento, em que estamos somente com nós próprios, na imensidão do mar, nada passa pela nossa mente. Não há sofrimento ou preocupações. Há apenas paz. Há apenas as ondas, os pés molhados, os cabelos ao vento, os olhos fechados, a serenidade. E quem me dera ter esta paz todos os dias. Quem me dera ser mar. Quem me dera que esta paz fosse para sempre. Só que nada dura para sempre e há decisões a tomar. Há vontades que têm de voltar.

Estas mãos dadas, quentes contra as minhas gélidas fazem-me voltar à realidade. Fazem-me acreditar que este lugar pertence-nos a todos. Faz-me acreditar em dias melhores e que tenho força para continuar. Já que não sou mar, ao menos sei amar.

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2 Comentários

  • Andreia Morais diz:
    21 Janeiro, 2020 às 19:00

    Tenho saudades de ir só ouvir o mar. Que sensação de leveza. De paz!

    Responder
    • Carolina diz:
      22 Janeiro, 2020 às 15:30

      Tens de lá ir. Os dias têm estado melhores. Aproveita.

      Responder
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